sábado, 19 de outubro de 2013

A VOCÊ MESTRE: A MINHA REVERÊNCIA


O pensador chinês Lao-Tsé, dentre muitas frases de impacto atribuídas a ele, tem um ensinamento interessante para refletirmos sobre o Dia do Professor, data marcante deste mês, desde a época do Imperador Dom Pedro I, que outorgou em 15 de outubro de 1827 um decreto relativo ao ensino elementar no Brasil. O filósofo mostra o quão importante é o papel dos mestres ao fazer uma analogia: “Se deres um peixe a um homem faminto, vai alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vai alimentá-lo toda a vida”. Assim aprendemos que a arte de ensinar é uma dádiva divina. Prestígio reforçado por um pensamento do escritor brasileiro Augusto Cury que enaltece a atividade ao dizer que “o mundo pode não lhe aplaudir, mas o conhecimento mais lúcido da ciência tem de reconhecer que você é o profissional mais importante da sociedade”. 

Para mim, o Dia do Professor é uma data muito especial. Minha mestra, minha ídola, meu estímulo, minha MÃE, é professora e sempre me ensinou as primeiras lições da vida. Ela, a Dalva, já saiu da sala de aula, mas continua firme no propósito de ter sempre uma palavra sábia para mim, para os meus irmãos e para aqueles que convivem com o bom-humor único dela. Professora de Matemática e de Ciências, na Escola Estadual Irmã Maria, onde aposentou o quadro negro e o giz, minha mãe me ensinou uma das grandes lições quando lhe contei que eu também iria me dedicar à docência: “o egoísmo não acrescenta nada. Esta maravilhosa profissão é uma escolha da entrega”.

Amo ser professor, estudar, preparar aula. Trocar ideias com os alunos, estimular a busca incansável pelo conhecimento. Cora Coralina, a poeta, tem uma frase que sintetiza o que penso neste momento: “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Ser professor é mais do que aquele sujeito que somente lê o que está nos livros. É aquele que permite a intermediação de algo que muitos não enxergam, ou que não estão prontos para ver. Ser professor é mágico. É tirar da cartola detalhes que vão transformar os caminhos da vida de alguém. Do astronauta que alcança os céus ao trabalhador mais humilde, ninguém se tornou alguém sem o apoio de um mestre do ensino.

Com esta crônica homenageio vocês, meus professores da época em que fui estudante em Bom Despacho, com a sinceridade do meu coração, por terem me mostrado a beleza do conhecimento. 

No Egídio Benício de Abreu, no jardim de infância, tive a Conceição, minha tia de sangue, como a minha primeira tia-professora. Depois dela, a Deulina e a Eliane. E a saudosa Jaqueline, como estagiária. No Chiquinha Soares, da primeira à oitava, Perpétua, Gislene, Geni, Nádia, Telma, Conceição, minha mãe na Educação Física, Paulo, Maria do Carmo, Lilita, Vicência, Kimênia, Patrícia, Juracy, Neuza, Vanise, Mércia, Regina, Maria das Graças, Dulcinéia, Angela, Maria, Marilene, Cláudia, Eliane, Zica, Rosana. No segundo grau, no Miguel Gontijo, Mauri, Ronaldo, Salma, Adriana, Clarete, Brica, Vane, Paré, Marcílio, Tchesco, Edson, Célia, Pedro, Luíza, Chuvisco, Mauro, Mércia. E tantos outros que passaram por minha vida escolar e que por força da memória não os citei aqui.


Aos meus mestres, com carinho, agradeço o desprendimento, a troca, os conselhos, as críticas, os estímulos. O saber. Aos livros, aos que escrevem, o obrigado. O tempo passou, mas ficou a amizade e a certeza de um trabalho feito com amor por vocês. Palmas!

3 comentários:

  1. Bons tempos da escola lá em Bom Despacho! Fui aluno de vários mestres citados por você Jú!

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  2. Obrigada! Emocionei-me. Bom saber que fui um grãozinho de estímulo ou de ensinamento para você. Sinto-me lisonjeada. Obrigada, Juliano Azevedo!

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  3. Só li agora, depois de um toque de sua mãe. rsrsrs
    Mas valeu a pena.
    Você soube ser generoso com seus mestres. Nada como ser lembrado nominalmente.
    Obrigada, Luciano!

    * Queria ser sua aluna. rsrsrsrs

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