segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PARABÉNS MADRINHA MARIETA



Ela nasceu e foi registrada no cartório algum tempo depois. O pai não se lembrava da data correta e ficou aquele mistério para a certidão de nascimento. Oficialmente, são 91 anos bem vividos, já que a identidade marca o ano de 1922, mas pairam dúvidas se a nonagenária realmente passou dos 80. Afinal, ela afirma convicta que neste ano vai fazer só 89. Com sua vivacidade é fácil entender porque ela diz que tem “apenas” estas “poucas” primaveras. Muita gente acredita que a velhinha tem é 87. A confusão é explicada: quando criança ganhou os documentos dois anos depois de vir ao mundo. Porém, ainda não sabemos se este período foi uma perda ou um ganho. Certo é que no dia 21 de setembro, na véspera da estação que dá cores variadas à vida, uma flor rara brotou. Marieta, batizada com o sobrenome do pai, Cardoso, passou a existir para encantar muitos jardins.

Minha avó é especial por inúmeros motivos: mulher, mãe, esposa, bisavó, uma senhora fiel às tradições familiares. E agora completa mais um ano de experiência, com seu humor refinado, uma alegria única e uma sabedoria invejável. Digna de muitas celebrações, ela merece vários buquês. E a providência divina se encarregou de lhe conceder estas inúmeras primaveras. E os privilegiados somos nós que convivemos com esta pessoa carismática, sempre cheia de carinho com sábias palavras de conforto.

Como ela é uma contadora de histórias, “conversada”, como dizem nas rodas sociais, uma enciclopédia de piadas e causos mineiros, vou homenageá-la contando uns segredos para você que lê meu blog. Afinal, dona Marieta merece uma prosa nesta data para reforçar o quão importante ela é para mim, nossa família, os amigos dela e a minha querida Bom Despacho, local que ela viu crescer.

A infância foi vivida na Passagem, um distrito da cidade sorriso. Por lá que se casou com o saudoso Chico Purcino, da família Azevedo. Tiveram filhos. São tantos netos e bisnetos. Turma que ela reuniu numa tarde, em sua casa no bairro Santa Ângela, com bolinhos de chuva, café preto, e um recado incisivo: a matriarca da família Cardoso de Azevedo, não queria ser chamada de vovó. Sentados na cozinha, os netos mais velhos cumpriram o pedido, que foi passado para os primos que vieram depois. Ela queria ter outra participação em nossas vidas, por isso, carinhosamente nossa vovó é também nossa madrinha. E assim a gritamos no portão, chamamos ao telefone, escrevemos nos cartões de aniversário.

Madrinha Marieta é decidida, guerreira, criou os filhos com mãos firmes, os netos com alguns mimos e, agora, os bisnetos aproveitam do colo aconchegante. Admirável é a sua fé em Cristo. Uma católica que reza o terço diariamente, devota de Nossa Senhora Aparecida, de São João Batista, do Padre Libério. Nas datas comemorativas ela faz questão: a família se encontra para a oração, o jantar, o almoço de domingo. Mas se não tiver comemoração, não tem problema, visitá-la é uma festa. Dona Marieta sabe o que cada um gosta, principalmente, as quitandas que ela tem dedos de fada para fazer.

A primavera traz a beleza. Trouxe esta mulher maravilhosa, que exala simpatia quando compartilha suas lembranças. Bonita em sua simplicidade. Vaidosa como toda flor...querida e amada. A ela, faço uma reverência e desejo a felicidade plena em cada momento dos anos que virão. Parabéns pela vida, Madrinha Marieta.

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