sexta-feira, 22 de maio de 2015

NATÁLIA,


Belo Horizonte, 24 de abril de 2015

 hoje é o seu aniversário. Aquele momento em que devo te ligar e dar os parabéns, falar algumas frases interessantes para te desejar felicidades, muita saúde, paz, sucesso. Acredito que você tenha ouvido todos esses desejos, repetidamente, quando ler este texto, afinal você é muito querida. E eu espero que todos esses desejos realmente sejam realizados nos 365 dias que virão a partir desta data até a chegada da sua próxima celebração da vida. Contudo, quero te prestar uma homenagem diferente, que está guardada no coração, no lugar que é reservado só para você.
Anseio a ti muitas coisas, desde quando você ainda era apenas um sonho dos nossos pais. Você chegou para preencher um espaço que me faltava como ser humano. Eu desejava ter uma irmã, assim como papai e mamãe queriam uma filha. Desde então, muitas vezes, eu não tenho a oportunidade de externar os sentimentos mais profundos que tenho por ti. Crescemos juntos, descobrindo o mundo - unidos ou separados -, trilhando caminhos distintos ou se ajudando nos atalhos. Eu, você e o Jubileu, que também é um irmão fabuloso, que veio logo depois do seu nascimento para completar a nossa família.
Quando mamãe contou a novidade da gravidez, eu fiquei animado. E, inocente, pedi algo que modificaria os estudos genéticos, caso meu desejo fosse realizado. A história desse pedido é conhecida apenas na nossa família, virando motivo de muita risada quando nos reunimos nos almoços, mas gostaria de lembrá-la (e torná-la pública), para que saiba o quanto você foi desejada e amada desde o instante em que era apenas um embrião. Eu queria que você nascesse negra e insisti em toda a gestação que a minha irmã seria pretinha. Talvez eu até rezasse antes de dormir, colocando na conversa com o Deus o suplício impossível. Você nasceu branquinha, só que isso não mudou em nada o que sentíamos por ti, obviamente. E ainda bem que tudo ocorreu dentro da normalidade, pois imagine como os olhos azuis do papai te enxergariam do jeito que eu havia te planejado na minha ansiedade infantil? Seria uma confusão. No entanto, mesmo depois de algumas décadas, você continua a ser minha pretinha. Esse fato é tão marcante, que lembro sempre de uma boneca negra que você ganhou numa outra comemoração. Era o xodó dos seus brinquedos.
          Admiro-te muito. Pela garra, pela coragem, pela atitude que tem diante do mundo. Você é guerreira, animada, disposta, versátil, trabalhadora. Tão incrível que, além de ser uma companheira de aventuras, de conversas, de desabafos, de segredos, você é amiga, uma irmã exemplar. Quem te conhece sabe que você é uma mulher espetacular, sobretudo, por ser mãe de três crianças sagradas, que nos trazem alegrias diariamente. Você me deu esse presente, tornando-me tio, um parentesco cuja responsabilidade é algo que me emociona sempre.
Impossível não contemplar e enaltecer seu carisma com a meninada, especialmente, com os seus filhos e com os herdeiros dos pais que confiam no seu trabalho com festas infantis. Sua paciência e sua criatividade agitam qualquer reunião onde tem criança. Fácil perceber seu jeito manso para lidar com a energia inacabável delas.
Eu tenho tanto para te falar, para te declarar. Tantos sentimentos para expor, no entanto, deixarei que algumas declarações fiquem apenas nos gestos, pois não sei dizê-las em palavras. Afinal, relações fraternas não precisam de explicações, elas apenas são do jeito que devem ser. Porém, se existe algo que possa sintetizar tudo que eu tenho para oferecer no dia do seu aniversário é a frase universal, mas que sai do meu coração: eu te amo.

Parabéns, minha pretinha. 

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