O dia 20 de julho é uma data utilizada para que as pessoas celebrem um dos sentimentos mais nobres da relação humana: a amizade. É um momento marcante, em que há a troca de mensagens pelo celular, pelas redes sociais, pelos cartões, pelas orações. Por qualquer meio em que se possa compartilhar a alegria de se ter alguém para confiar. Pra mim, não é necessária uma marcação no calendário para que eu seja amável com meus amigos. Comemorar uma amizade tem que ser rotineiro.
Um fato recente mexeu com meus pensamentos sobre aqueles que convivo com afinidade. Quando saí de um emprego em 2006, deixei alguns colegas de trabalho para trás. Com alguns eu tinha um relacionamento mais profundo. Porém, estas pessoas queridas foram levando a vida para outros rumos, assim como eu. Ficou a saudade. As lembranças dos bons momentos. O Orkut e o Facebook ajudaram na reaproximação que, infelizmente, só ficou no mundo virtual. E a conversa passou a ser anual, acontecendo somente quando as redes avisavam que naquele dia havia o aniversário de alguém. Para alguns, também enviava, ou recebia, mensagens de Feliz Natal, Feliz Ano Novo ou Feliz Dia do Amigo. Passaram-se oito anos.
Depois deste período tomei a decisão de ser um bom mineiro e usar o que nossa gente faz de melhor: a cordialidade. E comecei a visitar a casa dos amigos, dizendo que iria tomar café da tarde com eles. A primeira experiência serviu para reviver os anos em que morei em Bom Despacho. Fui recebido com muito carinho pela Perla e pela Kátia, amigas-irmãs de quase duas décadas. Ouvir as histórias da quase centenária Dona Patrocínia, avó delas, é incrível. Que lucidez, que animação, que disposição pela vida. Que exemplo de mulher guerreira e religiosa. Ouvi-la é uma benção. Sentar com a Marta, a mãe das meninas, foi resgatar o tempo de infância, quando ela trabalhava no Chiquinha Soares, e a gente trocava codornas. E a tia Marta me ensinava como criá-las para que botassem diariamente. Na reunião, Gildásio, Aline, Danila, e até uma ligação diretamente de Paris, com nosso amigo Venício, que vive na França. Uma casualidade típica para conversarmos sobre nossa amizade, com pão de queijo, café, bolo.
O tour precisava continuar. Entrei em contato com uma antiga amiga da Newton Paiva, onde estudei e trabalhei até 2006, como contei lá em cima. Queria vê-la para matar a saudade. E marcamos para uma quarta-feira à noite, na casa dela. Achei que seria um daqueles momentos formais, por causa do período em que ficamos distantes. Mas foi ótimo. Falamos do passado, do que estamos fazendo atualmente, dos meus sobrinhos, dos netos dela. Dos amigos que temos em comum. Rimos muito. De doer a barriga. E conclusão: conversar sobre a amizade só estimula ainda mais o desejo de continuar com estes encontros. O mais legal foi ouvir da Astréia, a minha amiga, uma frase marcante. Para agradecê-la pelo carinho em me convidar para um café, levei um arranjo de girassol. Não sabia se ela gostava da flor, ou de plantas. E avisei que o presente era para simbolizar o meu amor por ela, que disse com felicidade: “quem não gosta de girassóis não pode ser seu amigo. Eu os adoro”.
Como é bom ter amigos. Sou privilegiado porque tenho vários e em diversas partes do mundo. Sou grato a eles pela convivência, pelas confidências, pelo carinho. Se eu te devo uma visita, que tal me convidar para um café? Espero que goste de girassóis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário