domingo, 1 de junho de 2014

CHEGOU A HORA DE SOPRAR AS VELINHAS


Celebrar o aniversário traz bons sentimentos. É a reunião de familiares e de amigos para comemorar a alegria de mais um ano de vida. Gosto dessa data, principalmente, quando eu sou o homenageado. O momento sempre é marcado por muitas histórias, encontros, reencontros, risadas e, sobretudo, por lembranças. Todo aniversário é assim. Sabor de bolo, de brigadeiro, de surpresa. E, a cada estação, vivemos outras emoções e temos experiências positivas. Contudo, minha época festiva foi em outros janeiros. O período agora é para reverenciar uma “jovem” centenária.

Vamos festejar a emancipação da Cidade Sorriso, que, há 102 anos, deixou de ser distrito de Pitangui, para se tornar a cidade mais querida do centro-oeste mineiro. Afinal, os outros municípios, no nosso peculiar espírito de grandeza, são integrantes e formadores da Grande Bom Despacho. Somos quase uma região metropolitana, não é mesmo?

Feriado tão esperado, para muitos somente para o descanso, o Dia 1º de junho é simbólico, obviamente, por causa da conquista política, mas também para entendermos o significado das nossas raízes históricas e a importância de conhecê-las. Isso se chama cidadania. Para materializar esse espírito cidadão, é comum a realização do desfile cívico dos policiais, dos estudantes, das entidades públicas, das empresas, dos escoteiros, do povo que faz dessa terra um sinônimo do bem viver e do conviver. Tradicionalmente, as ruas recebem os amantes das cavalgadas, os motociclistas, os artistas, os atletas - quem se destaca e quem vive intensamente o amor pela cidade.

Saudade dos instantes em que eu participava dessa celebração. Perdi as contas de quantas vezes desfilei, porém me recordo das várias ocasiões bacanas que vivi tanto na Praça da Estação quanto na Av. Doutor Miguel Gontijo. Vesti diferentes uniformes da infância até a última vez em que tive a oportunidade de integrar esse solene evento como aluno das escolas por onde passei e como jogador dos times de vôlei e de handebol, aos quais me dediquei na adolescência. Entretanto, foi como escoteiro, atividade que deixei somente quando alcancei a maioridade, que realizei um dos grandes sonhos que tinha na época. Durante três anos fui responsável por carregar a Bandeira do Brasil, que abria o desfile – função alcançada apenas por quem tinha determinada graduação no saudável e educativo movimento de jovens criado pelo general inglês Baden Powell em 1907. Demorei para ter o cargo, mas o almejei tanto, que quando pude exercê-lo, fiz com uma alegria inexplicável.

E, na abertura do desfile, que fazia um percurso até a Praça da Inconfidência, estava o menino magro, vestido com a beca azul do escotismo, lenço verde no pescoço, calça jeans, bota, boné – com todas as insígnias do Grupo Escoteiro -, marchando ao som da Banda de Música do 7º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais e carregando o ícone máximo da pátria brasileira. Eu me sentia e ainda me sinto muito honrado por ter contribuído na condução dessas festas de aniversário. Concretizei o sonho de ser o guardião do símbolo criado para transmitir o sentimento de união nacional e para mostrar a soberania do nosso país.

Parabéns, Bom Despacho. Congratulações, meus conterrâneos. Felicitações aos que escolheram viver nessas bandas. Saudações aos visitantes que encontram aconchego na nossa hospitalidade. Espero que todos comemorem plenamente essa biografia - que ainda terá diversos capítulos - com respeito, com dignidade, com orgulho e com civilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin