Flores são puras. Singelas.
Magnificamente desenhadas no silêncio. São bonitas. Mesmo aquelas que se
protegem em seus venenos. Pétalas sedosas demonstram carinho e são resistentes às intempéries do clima, florescem também em outras estações. Flores são sinais
de frutos, mesmo que sejam apenas frutos da beleza levados pelo tempo, pelo
vento. Elas deixam marcas. Gerações de filhos para germinar em outros jardins.
Flores são mães da natureza, da vida.
Sendo mães, elas têm a missão de
perpetuar novas fontes, deixando outros cheiros para embelezar o mundo. Quando
são presentes significam abraços, amizade, lição, força, solidariedade,
lembrança, amor. Com tantas semelhanças, seriam as mães de carne e osso
metáforas do jardim humano cuidado pelas mãos do Grande Jardineiro? Mães são
flores! Mulheres que desabrocham filhos, frutos. Uma semente que precisa
ser regada de carinho, de afeto e de cuidado constante.
É por este motivo divino que
historicamente as mães são homenageadas com buquês, arranjos e vasos. Até
ganham nomes fortes como Violeta, Margarida, Camélia, Verônica, Hortência,
Dália, Azaleia, Rosa...Na primeira manifestação do mundo contemporâneo para
celebrar uma data especial para elas foram distribuídos cravos brancos. Durante
a primeira missa das mães, a americana Anna Jarvis, que perdera sua
progenitora, enviou 500 cravos para uma igreja. Ela pediu que todos recebessem
a flor e as mães ganhariam duas como forma de lembrança aos valores da família.
A brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza.
Nascia assim, a justa comemoração do Dia das Mães nos Estados Unidos. Momento
que foi adotado por outros países rapidamente.
Ofertar cravos se tornou um
símbolo para a força da maternidade. Porém, os jardins só ficam mais bonitos
porque florescem várias mães. Como as mães girassóis, que representam alegria,
dignidade, glória, paixão e brilham no calor do sol. Ou as tulipas,
resistentes, duráveis, fortes e temperamentais, contudo de amor fervoroso. E as
orquídeas, que carregam um significado de desejo, perfeição e, até mesmo,
pureza espiritual. São quase únicas em suas floradas. Imagine o poder de uma
mãe crisântemo, que demonstra esperança e compreende os limites da vida, sendo
a mão firme da família. Todas as mães possuem um perfume distinto, carregam em
sua essência o amor, o sacrifício, a dor, a justiça, a beleza. E florescem em
qualquer terreno.
À minha mãe, presto esta
homenagem, ao dizer que ela é semelhante à violeta: roxa, rosa, branca,
amarela, azul. São várias cores, de muitos estilos, aconchegante no jardim.
Pode parecer de um amor frágil, contudo ela é resistente e firme, quando
necessário, mas de uma candura inexplicável. Uma pureza quase tão macia quanto
o veludo, cuja existência eu reverencio e digo: obrigado por enfeitar tantas
janelas e proporcionar a seus filhos e netos, um colorido especial.
Para você mãe, que germinou um
fruto ou cuidou de alguém no jardim, eu desejo que sejam feitos vários poemas,
poesias e versos em agradecimento à sua existência. E que no seu caminho haja
muitas flores.
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