O Oriente Médio é um mistério. Uma região difícil de
entender por causa dos conflitos religiosos, da cultura social e política. Dá
curiosidade estudar esta complexidade, já que é uma história distante do que se
vê pelas bandas tupiniquins. Para compreender a guerra entre Israel e Palestina
não bastam várias aulas ou livros e análises jornalísticas. Parece que nem o
próprio povo sabe o motivo de tanto sangue derramado. A briga ali é por poder e
dinheiro, não há dúvidas, mas eles vivem um ódio por gerações: está no
cotidiano.
“O Islamismo é uma religião de
guerra
e a maioria dos muçulmanos não
entende a verdadeira natureza do Islã.”*
Em busca deste entendimento, o
relato de um sujeito fruto deste cenário chama a atenção: Mosab Hassan Yousef é
filho do xeique Hassan Yousef, que é um dos fundadores do Hamas – movimento
islâmico de resistência atuante na Cisjordânia e em Gaza, classificado pelos
Estados Unidos, pela União Européia e por outros países como organização
terrorista. Ele cresceu e testemunhou as manobras políticas e militares que
provocaram a disputa sangrenta que ainda perdura até hoje. E o mais surpreendente,
depois de ser preso, torturado, atuar como espião, o jovem se converteu ao
cristianismo, o que é a maior vergonha para a família dele.
A história está no livro Filho do
Hamas, da Editora Sextante, escrita na cronologia dos fatos, expondo segredos
familiares, grupos terroristas, estratégias de atentados a bomba e outros
ataques mortais contra Israel. A obra choca, mas a beleza da narrativa está na
mudança do comportamento do autor que viu pobreza, abuso de poder, tortura e
morte, e mesmo rico e protegido, abriu mão de tudo para lutar não somente pelo
seu povo, mas também por aqueles considerados seus inimigos. Suas escolhas o
tornaram um traidor. Abandonou o Alcorão e passou a seguir os ensinamentos da
Bíblia e, para não morrer, pediu asilo político aos americanos.
Mesmo com a leitura, ainda restam
dúvidas sobre a lógica desta luta que nasceu antes mesmo da independência de
Israel em 1948. Historicamente, lá nos primórdios, os conflitos ali já
influenciavam no comportamento de mulçumanos, judeus e cristãos, que querem o
mesmo domínio: a Terra Santa, um lugar sagrado e misterioso e, sobretudo,
complexo e contraditório. Afinal, santos não matam tanto.
“Normalmente as pessoas têm vergonha quando fazem algo errado.
As
pessoas gostam de viver na escuridão…Eu vivo na luz.
Eu não fiz nada de
errado, estou ajudando a salvar vidas”.*
*Frases de Mosab Hassan Yousef
publicada em entrevista durante seu retorno a Israel.
Para comprar:
Outra visão: entrevista feita por Jorge Pontual, no programa Milênio, na GloboNews
Parte 1
Parte 2
Parte 3
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