quinta-feira, 24 de março de 2011

ENCONTRAMOS A MENINA QUE NEGOU A MÃO AO PRESIDENTE FIGUEIREDO


Participar da história do mundo como cidadão é uma dádiva. Melhor ainda é poder escrever a história dos fatos que servirão de acervo para os historiadores no futuro. Ontem e hoje presenciei uma descoberta interessante: achamos a menina que negou dar a mão ao presidente Figueiredo, no fim da ditadura militar.

A imagem é emblemática é histórica. Circula em listas como uma das mais importantes do mundo ao lado do clássico beijo na Time Square para simbolizar a volta à casa após o fim da 2ª Guerra Mundial, da desesperada fuga da criança na Guerra do Vietnã, do menino africano à beira da morte vigiado por um urubu, da bela garota de olhos verdes afegãs, dentre tantas outras.

A foto brasileira foi notícia internacional, depois que o jornal O Globo não deu crédito ao seu empregado, o fotógrafo Guinaldo Nicolaevsky, que registrou o momento que se tornou símbolo da transição da ditadura militar para o regime democrático. O fotógrafo procurou a menina durante anos, mas infelizmente faleceu sem encontrá-la. Segundo dados da internet, ele morava no Espírito Santo.

Ele registrou sua memória num bloco de notas e repassou ao colega Claudio Versiani, que é fotógrafo há 30 anos. (Foi repórter de Istoé, Veja e O Globo e editor de fotografia do Correio Braziliense. É fotógrafo freelancer em Nova York e assina uma coluna no site www.congressoemfoco.com.br)

FIGUEIREDO, A MENINA E “O GLOBO”!!!
Lançamento do carro a álcool em Belo Horizonte. A imprensa mineira e a nacional estavam presentes e um grupo de crianças foi levado ao Palácio da Liberdade para cumprimentar o presidente Figueiredo. Deu zebra: a primeira da fila negou o aperto de mão ao Presidente da República, apesar dos pedidos dos fotógrafos. Percebi que não aconteceria o aperto e fotografei. Corri para a redação para revelar e transmitir a foto para o Rio. Para minha surpresa eles não publicaram a foto! Desconfiaram! Queriam o “cumprimento”. Fui ameaçado de dispensa caso não entregasse o fotograma. Foi exigido que mandasse o filme sem cortá-lo no primeiro vôo para o Rio. O que foi feito. Não publicaram nada… resolvi por minha conta, mandar para outros veículos, que publicaram com destaque até no exterior.

O depoimento acima está no site: http://www.picturapixel.com

A foto circulava em slides de power point, quando a mãe da garotinha recebeu o que parecia ser mais uma corrente. Mostrou à filha e a jovem, hoje com seus trinta e poucos anos, a publicou no Facebook dizendo: Adivinha quem foi esta garotinha? Eu. Para minha surpresa e privilégio vi a mensagem e logo quis fazer uma reportagem. A menina é minha aluna na Faculdade INAP.

Hoje ela me contou detalhes. Conversamos muito sobre esta história e o que ela vai render. Rachel Clemens Coelho é uma figura. Inteligente. Continua loira. É bem-humorada e se lembra com nitidez deste dia. Achou que era irrelevante este fato, porque foi um momento que fez parte de seu passado infantil. E que ela já quis remexer. Procurou por muito tempo também saber o nome do fotógrafo. Certa vez, ligou na revista Veja pedindo ajuda. Novamente, a imprensa fechou os olhos para a matéria. Negaram socorro e cobraram R$ 250 por foto do acervo, já que foram seis imagens produzidas. Ela deixou pra lá. A Veja perdeu uma capa.

Agora, o mundo já está de olho na garotinha que cresceu, viveu muitas experiências, se tornou a mãe dedicada da Clara. Em OFF, e ela me pediu isso, me contou porque se negou a dar a mão ao homem que odiava o cheiro do povo e que amava mais os cavalos do que os seres humanos. É um caso hilário. Em respeito ao pedido e como jornalista ético não vou contar. Ficará um mistério a ser revelado em breve. Aqui ou no TV Verdade. Ou quem sabe em algum lugar fantástico...

E ela já escreveu sobre isso no Blog da Rachel - fruto da minha aula: http://blogdarachelmcs.blogspot.com.
Agradeço ao blog www.mariafro.com.br/wordpress da historiadora Conceição Oliveira pelos caminhos de algumas informações preciosas. 

Um comentário:

  1. Juliano,
    Obrigada por manter a palavra; podia ter escrito menos sobre mim, né?!
    Está aí o link certo do blog:
    http://blogdarachelmcs.blogspot.com/

    ResponderExcluir

LinkWithin