domingo, 12 de junho de 2016

CADA SANTO NO SEU ALTAR


Uma amiga está ansiosa para casar. Reza para todos os santos em busca de qualquer benção que a leve ao altar. Ela quer um marido, mas ainda está solteira, sem namorado à vista. A história dela me intrigou, principalmente, depois que recebi um convite para participar de uma missa para o Dia dos Namorados numa igreja cujo santo protetor é São Pedro. Fiquei pensativo e questionei: “tal celebração não deveria ser sob as proteções de Santo Antônio?”. Com a dúvida, cheguei à conclusão que os devotos católicos podem estar rezando e fazendo promessas aos santos que possuem outras missões. Fiz uma pesquisa sobre a origem da data e a vida dos santos ligados ao assunto. E descobri que os pedidos não são alcançados por causa do erro de remetente da oração.

Começo pelo famoso santo casamenteiro, alvo de intensas novenas, de promessas, de simpatias e até de castigos, pois Santo Antônio, coitado, já dormiu muito de cabeça para baixo para realizar alguns milagres. Talvez ele ganhe o crédito pela graça recebida, porém, acredito que o santo resolveu o suplício do devoto somente para fugir da penalidade que recebeu sem ter culpa nenhuma.  Solteiros, que estão solitários, sem parceiros, não devem pedir casamento se ainda não estão sequer namorando, já que quem cuida desse departamento é São Valentim, patrono dos casais apaixonados.

Não quero mudar a fé de ninguém, mas vamos às lendas para entender o poder de cada um desses missionários de Deus. Dizem que uma moça não tinha dote para se casar. Desesperada, pediu ajuda a Santo Antônio. Um bilhete caiu das mãos da imagem do santo dizendo que a jovem deveria procurar um comerciante que tivesse uma balança. O mercador pesou o papel e pagou à futura noiva uma quantidade de ouro suficiente para ela se casar. Assim, o “protetor dos pobres” ganhou o título de Santo Casamenteiro.

São Valentim também realizava casamentos, numa época de guerra em que eram proibidos os enlaces matrimoniais. Escondido, o santo abençoava os casais apaixonados e até se casou secretamente. Descoberto, Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava na prisão, o religioso recebia mensagens de jovens dizendo que ainda acreditavam no amor. Em outros países, o Dia dos Namorados é celebrado no dia 14 de fevereiro, data de São Valentim. No Brasil, como sabemos, é no dia 12 de junho.

Agora, se homem ou mulher já tiveram parceiros, foram casados, e estão em busca de um novo amor, nada de pedir ajuda para Santo Antônio ou São Valentim. Quem é responsável por esse grupo é São Gonçalo, outro santo casamenteiro. Conhecido também como protetor dos violeiros, Gonçalo, quando era padre, em Portugal, nos anos 1200, celebrava casamentos de mulheres que já não eram mais virgens. Diz a lenda que a mulher que tocar no túmulo do santo terá casamento garantido dentro de, no máximo, um ano.


Todavia, se o apelo já foi feito aos três santos citados nesta crônica, e nada de aparecer uma aliança no dedo anular esquerdo, o jeito é rezar para outros homens consagrados. Se a situação chegou ao nível de desespero e de aflição, agarre com São Judas Tadeu, mas se o problema precisa de uma solução urgente, peça apoio a Santo Expedito.  Brincadeiras à parte, se a graça não for alcançada por essas interseções, vá direto ao chefe, porque Ele, certamente, é o caminho.

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