domingo, 29 de janeiro de 2012

OS ÚLTIMOS SOLDADOS DA GUERRA FRIA



Cuba sempre é um país intrigante. No imaginário de alguns, um local de comedores de criancinhas. Para quem veste a camisa com imagem silcada de Che Guevara, a ilha é exemplo de luta contra a ordem econômica dominante. Viva o socialismo, diriam. Símbolo do comunismo, mas ao mesmo tempo, da ditadura, Cuba ainda é um mistério, cujos segredos começam a ser revelados pouco a pouco, com a idade avançada de Fidel Castro e com a necessidade de mudança que a globalização provoca.

Um destes está presente na obra Os Últimos Soldados da Guerra Fria, do admirável jornalista e escritor FernandoMorais, que traz neste livro-reportagem a história de uma rede de espiões a serviço de Cuba, mas que estavam infiltrados em organizações terroristas atuantes contra o regime castrista.

A resenha publicada pela editora – Companhia da Letras – dá os detalhes: “No início da década de 1990, Cuba criou a Rede Vespa, um grupo de doze homens e duas mulheres que se infiltrou nos Estados Unidos, cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na Flórida. O motivo dessa operação temerária era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano, principalmente, quando Cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da União Soviética. Eles sequestravam aviões que transportavam turistas, executavam atentados a bomba nos melhores hotéis e até disparavam rajadas de metralhadoras contra navios de passageiros em águas territoriais e contra estrangeiros nas praias”.

Fernando Morais desenha este período com a maestria das palavras, oriundas das pesquisas e entrevistas que fez durante alguns anos de trabalho, iniciado em 1998, quando ele ouviu no rádio a notícia da prisão dos espiões pelo FBI. A partir daí, foi até Cuba e aos Estados Unidos, para colher documentos e conversar com os personagens.

Para quem gosta de livros que registram a história, este dossiê de 360 páginas e 123 fotografias é recomendado. Tem mistério, uma narrativa de ação, e aquela sensação de não querer parar de ler.

Já nas livrarias desde o meio de 2011, o livro está com os direitos vendidos para ser filmado como um clássico da espionagem, com direito a tudo: identidades falsas, intrigas, brigas entre governos e romances de fachada. Em 15 de novembro, o autor esteve em BH e fez este comentário, numa palestra na Academia Mineira de Letras. Foi onde pela primeira vez pude estar com ele e conversar um pouco. Afinal, de suas obras, eu já li quase tudo. E sou fã mesmo. 



Veja entrevista com Fernando Morais:


Para comprar:

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