VOCÊ TEM CORAGEM DE SENTIR SEUS SENTIMENTOS?

Não deveria existir o primeiro encontro. É muito complicada a expectativa e os indivíduos levam a sério a ideia de que “a primeira impressão é a que fica”. E não podia ser. Até porque o primeiro momento em que duas pessoas se encontram, elas projetam máscaras, escolhem as melhores histórias, falam as mais interessantes qualidades. Sorriem demasiadamente e se rasgam de elogios.

A preparação é tensa: a melhor roupa, no estilo que mais pode convencer o olhar do outro – alguns escolhem marcas famosas, outros o caimento perfeito dos cortes; o perfume é aquele que fica guardado para estas ocasiões, vai espalhado em pontos estratégicos – o cheiro para matar; o cabelo ajeitado, a barba feita, os acessórios apropriados; e o discurso decorado na ponta da língua.

Sentados à mesa do bar, para a conversa que vai determinar o resto da noite, bate aquela insegurança: o que falar? Onde colocar as mãos? Fazer determinados gestos? Como está a aparência, o hálito, o desodorante? Papo vai, diálogo esquenta, troca de olhares...Será este o momento certo para dar um beijo? O corpo sente. Porém, as línguas ainda não combinam, os dentes batem, os lábios não se entendem. Desconforto. Será esta a primeira impressão que vai ficar? Na dúvida, já que está por ali, é melhor continuar, mas o relógio está no adiantado das horas, caso seja o instante de “vazar”.

A angústia do dia seguinte: o telefone que não toca, o SMS que não chega, o convite para o orkut e para o facebook. E você também não encontra esta paixão nas redes sociais. E se encontra, começa o joguinho. Talvez adicionar fica parecendo ansiedade. Se você liga logo, é pegajoso. Se não entra em contato, é porque não tem interesse. A cabeça e a atitude dos seres humanos são muito complexas.

Mas o primeiro encontro tem o seu gostinho de descoberta, de surpresa, de tensão. Só o ato de se arrumar, já demonstra como você se gosta. De como se ama para melhorar a auto-estima, com a fé, de que desta vez, o relacionamento não passe de uns cinco beijos ou apertos de mãos dentro do cinema. Nem vou falar de sexo no primeiro dia, porque este dilema é tema para outra crônica.

Sempre deveríamos pular para o segundo, terceiro, quarto...Dias em que já falamos coisinhas ao pé do ouvido. Diminutivos carinhosos no MSN. Declarações de desejos expressos pelo silêncio do olhar. Instantes em que as primeiras faces perderam o vigor da vergonha, da timidez, da ansiedade. E a primeira impressão tenha sido meramente um parágrafo da história em que duas almas se encontram para caminhar juntas. Ou que ela seja estímulo para que duas pessoas façam do primeiro encontro o motivo de muitos outros momentos em comum. Que todos provoquem o gostoso frio na barriga.

UM ANEXO...

Ao procurar uma imagem para relacionar a este texto, descobri o site www.murall.com.br. O autor Felipe descreve lá Os 5 Piores Lugares para seu Primeiro Encontro:

Lugares com a família: o maior erro no primeiro encontro.
Baladas: música alta, luzes e um monte de pessoas com pouca roupa. Não existe espaço para conversas privadas.

Bares: as palavras de um embriagado podem causar um monte de problemas que farão você se arrepender de ter escolhido esse lugar.

Filmes: Em uma sala de cinema você não está autorizado a falar. Serão duas horas de silêncio, olhando para o telão. Local impróprio para tentar tecer uma ligação.

Eventos Esportivos: Com pessoas de rostos pintados gritando a plenos pulmões e torcedores bêbados ao redor, é difícil criar uma boa impressão em seu encontro.

Mas tem a dica do melhor lugar:

Pode ser um restaurante elegante ou um parque de diversões ou algum lugar onde você pode gastar algum tempo de qualidade com o outro e falar sobre vários assuntos sem quaisquer perturbações. Os locais escolhidos por você devem ser românticos ou pelo menos com um pouco de calma. 


Que tal você me contar no espaço dos comentários o que você já passou num primeiro encontro que em “condições normais” não passaria?