domingo, 3 de abril de 2011

POR QUE DEIXAMOS PARA AMANHÃ, O QUE DEVÍAMOS FAZER HOJE?


Combinei de tomar um café com a Cláudia Gabriel já faz tempo. Marcamos, desmarcamos. Adiamos. Verbo do mal. Já faz tempo que adiamos nosso encontro para conversar sobre amenidades. Colocar nossa amizade em dia. Hoje ela apareceu na internet. Retomamos o assunto do café. E novamente não decidimos a data. Deixamos para depois. Digitamos palavras agéis sobre o que mais fazemos na vida: escrever. Ela de lá, com seus textos tímidos, como ela mesma classifica a sutileza de suas belas palavras, eu aqui ansioso para que ela escreva mais. Daqui a pouco ela divulga. Eu já li um pouquinho. E gostei. E fiquei estimulado a pensar. Quem sabe mudar de atitude.

Amigos bons nos dão boas mensagens. Aprendi com a Cacau, que não vejo há tempos, o poder do verbo adiar. Ela faz uma crítica e mostra algumas situações que deixamos pra lá. Fazer nossas listas de desejos e mesmo assim não cumpri-las. Tenho muitos desejos esquecidos. Escondidos. Rascunhados em bloquinhos espalhados pela casa. Uns 30. Penso, logo escrevo para não esquecer. Porém, lembrar não é meu hábito mais cumprido.

Adio meus sonhos. Tenho muitos desde criança. Nunca quis ser astronauta, médico, estas manias da infância. Eu queria ser escavador de pirâmides no Egito. Só descobri na faculdade, ou nos filmes do Indiana Jonnes, que esta profissão se chama arqueólogo. Meu teste vocacional não passou nem perto desta possibilidade. Intensamente meu coração vibra com a música. Queria ser cantor de baile de formatura. Começar com New York, New York e encerrar com Believe. Eu e uma cantora. Chuva de papel prata, gelo seco, bailarinos. Infelizmente, voz não é uma qualidade que Deus me deu. Sabe quantas vezes passei perto de algo musical? Nenhuma. Adiei minhas aulas de saxofone. E o Egito está distante, no momento, das minhas viagens.

Tenho mais de mil livros. Deixo para lê-los quando tiver tempo, apesar de ser minha atividade de lazer predileta. Todo mês compro mais um. Vício. Evito as livrarias, os sebos, as bibliotecas. Atualmente, estou adiando idas ao cinema. Estou com o sono atrasado. Preciso de uma semana para descansar do reveillón, das férias, do carnaval. Deixo para amanhã alguns telefonemas. Um pecado que estou cometendo. Eu sei. Já estamos em abril. Um terço do ano. Que loucura o tempo. Em breve estarei de férias e ainda nem sei para onde levar minhas pernas. Adiei a ida à agência de turismo.

Leitores: a lição que tirei disso tudo é simples. Planejar, organizar mais os horários, colocar prioridades. Não vai ser fácil, até porque tenho algumas metas para este ano: tirar carteira, musculação, cumprir os exercícios da fonoaudiologia, ler um livro por semana. Namorar. Ficar mais tempo com a minha avó e com a minha família. Cumprir os compromissos sociais. Adiar as bobagens. As conversas sem necessidade. As brigas desnecessárias.  Estas coisas que nos tiram o foco da vida. Estas coisas que nos fazem adiar o que é certo fazer.

3 comentários:

  1. Muito o legal o texto. Parabéns! Continue nos prestigiando com a qualidade de seus posts! Um grande abraço!

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  2. Realmente, cuidar do tempo é pra poucos. Quanto mais velho, menos se tem. Como diria Érika Machado:

    "Se eu mato o tempo o tempo todo, o tempo me mata também."

    Saber administrar o tempo é o meu maior defeito. Não tenho noção da passagem das horas. Às vezes acabo o dia sem sair do lugar. Felizmente tenho conseguido aumentar minha produtividade.

    Duas dicas que tenho são direcionadas a quem precisa cumprir pequenas metas todo o momento sem perder o foco dos resultados:

    Uma é o GTD [ http://design.blog.br/freelance/getting-things-done-fazendo-acontecer ], um checklist de coisas a se cumprir.

    Outra é a Técnica do Tomate [ http://design.blog.br/freelance/pomodoro-technique-a-tecnica-do-tomate ], que maximiza sua concentração em um período de 25 min. Finíssimo.

    Vale a pena ler e praticar. Experimentei e me trouxe bons resultados. Requer disciplina.

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  3. Ju,

    Eu já disse a vc o quanto fiquei feliz em inspirar uma crônica sua sobre o que não quer deixar pra amanhã. Ficou tão poética...Saber que posso dividir o que eu penso e que isso faz alguém também pensar me dá uma vontade danada de sair escrevendo muuiiiito! Vou deixar o link do seu texto lá no meu blog, tá.

    Beijo!

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