segunda-feira, 7 de março de 2011

A APPLE SALVOU OS MEUS CDs

            Tenho uns 500 CDs, de gêneros e artistas diversos. Do rock ao pop. Do axé ao sertanejo. Do jazz ao techno. Do gospel ao house. Das divas aos clássicos, até o brega. Uma coleção iniciada na adolescência, quando os vinis saíram de moda e os discos de metal ganharam status de novidade. O primeiro que comprei foi Meio Desligado, um acústico do Kid Abelha, minha banda predileta. Em seguida, o lançamento de Shakira - Estou Aqui -, minha top cantora pop. Aprendi com amigos o prazer de escutar The Cranberries. Melodias pesadas da banda internacional que escuto pelo menos uma vez por semana.
            Não compro discos piratas, não gosto de gravações em cds de capa verde. Adquiro uns três cds por mês. Antigos, inéditos, na moda, fora dela. O preço que pago: valorizo o R$ 9,99. Acho justo frente ao mercado que cai com os mecanismos de P2P espalhados pela internet.
            Curto música com todo o ecletismo que existe. Música embala romances, fossas, festas, baladas, o primeiro beijo, o término de um namoro, o toque do celular. Quando acordo ligo o rádio: se for véspera de fim-de-semana, logo na quarta-feira, ouço as baladas na 98 FM ou da Jovem Pan. Segunda-feira e fim da tarde, o sertanejo me relembra a infância. Da minha cidade, da minha avó e de mamãe.
            Resisti aos MP3s por muito tempo. A tradição do CD está enraizada. Mas este ano, um Ipod chegou à minha lista de consumo. De uma vez, baixei todos os meus discos no Itunes. Quase 3 mil músicas. Uns 300 artistas. Gêneros misturados que tocam no modo aleatório. Fico assustado quando a playlist toca Luan Santana e de repente muda para Madonna. Cinco minutos depois, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Jorge e Mateus, Dido, Ivete Sangalo, Marisa Monte, Elba Ramalho, Titãs, The Cardigans, Rihanna, Tonico e Tinoco, Calypso, Sissor Sisters, Black Eyed Peas, Kylie Minougue, Preta Gil...
            Músicas do passado, escondidas, esquecidas na prateleira. CDs novos, do momento. Artistas que surgiram recentemente, outros que se renovaram como Sandy. As antigas como Corona e ABBA. Os sucessos de Calcinha Preta e Fernando e Sorocaba. Consigo ouvir um pouco por dia, depois de ter uma lista separada por gênero, música, artistas, as mais tocadas. Antes somente o som das mais pedidas estava saindo da boca. Agora, todas as músicas do coração estão no pequeno aparelho que me acompanha rumo ao trabalho, nas longas viagens de ônibus, ou na espera nos aeroportos. Estou curtindo demais a minha louca playlist. Curti o que a Apple fez para preservar as relíquias que tenho em casa. E a possibilidade de carregá-las por aí.

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