terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Minha história com Zuenir Ventura



Zuenir,

            Há muito tempo desejo lhe escrever. Agradecê-lo por ter me motivado a realizar alguns projetos. Sou um grande admirador do seu trabalho, dos seus textos, dos seus livros, de suas vivências e experiências. Revirando a estante, encontrei o primeiro que li: Chico Mendes – Crime e Castigo. E nele, ganhei uma dedicatória quando fui numa palestra sua na Feira do Livro, em BH. Você, muito simpático disse: Para Juliano, com um abraço amigo desse seu velho colega de profissão. Ao reler suas doces palavras, lembrei que eu precisava lhe contar esta história, com urgência.
            Compulsivamente li Minhas Histórias dos Outros. E prometi que, como jornalista, gostaria de ser como você. De escrever espontaneamente sobre a vida, meus amigos, minha família, meus amores. A história que tenho com os outros. Tenho poucos anos de estrada no jornalismo, mas já conheço alguns personagens, já entrevistei ilustres, conheci figuras inesquecíveis. Depois de ler a sua obra, meu texto mudou. O ouvido passou a perceber as entrelinhas. Comecei a gostar dos detalhes. Você faz parte da minha trajetória profissional. E em grande parte, do meu empenho pessoal em narrar histórias – as minhas, as dos outros, aquelas em que estamos juntos.
            Em 2004, quando surgiu o Orkut, eu não conseguia me descrever no item perfil. Usei uma definição fantástica de sua autoria e que mostra o que sinto: Não viemos à Terra para julgar, nem para prender ou condenar, viemos para olhar e depois contar. Não somos juízes, não somos promotores, somos jornalistas, somos testemunhas de nosso tempo, uma testemunha crítica, não necessariamente de oposição, mas implacavelmente crítica.
            Sua auto-definição não é exclusiva. É amplamente inclusiva. Abraça-nos. Coloca-nos no mesmo padrão, no mesmo destino, com a maravilhosa missão de relatar fatos. Assim como Cidade Partida, que me ensinou a gostar mais ainda do Rio de Janeiro, visto por um ângulo bem abaixo do Corcovado e das belas imagens aéreas da Baía de Guanabara.  
             Sabe, meu velho amigo de profissão, eu lhe invejo. Inveja branca, sem efeito colateral. Este pecado capital que é difícil explicar e encontrar sinônimos. Um Mal Secreto que para entender é necessário viver no sangue. E talvez fugir dele ou seguir o exemplo bom do invejado. Neste sentido, ele vira admiração. Pela obra, pelos contos, pelas palavras dos encontros literários, pelas críticas e análises.
            Falta muito para vivermos os 50 anos depois de 1968. Ainda não li nem os 40... porém, as palavras que ainda ficarão no tempo, certamente já estão em destaque na minha estante de preferidos.
            Obrigado por nos oferecer este legado. Uma história deste bravo brasileiro: Ventura.
            Um abraço amigo do sempre colega de profissão.

# A partir deste relato, vou escrever as minhas histórias dos outros. E postarei no blog.

Devore mais:

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