Viagem e literatura são duas
misturas como chocolate e morango. Combinação perfeita de sabores. Se fôssemos
pensar em almas gêmeas, eu diria que um é a metade da laranja do outro. Cada
viagem que faço levo na bagagem um livro. E, normalmente, volto com uns dois do
lugar visitado.
Numa curta passagem pelo Rio de
Janeiro, li na revista de bordo da TAM uma entrevista com a escritora Martha
Medeiros. Eu sou fã dela sem ter lido nenhum livro. Sempre achei que o que ela
escreve se parece com o que eu desejo escrever quando crescer. Num caderno
vermelho que guardo lembranças, ela está em destaque ao lado de outros
pensadores: são muitos recortes de jornais, da coluna dela n’O Globo. Mas livro
mesmo, até então nada. Perdi a virgindade em algumas horas, após ler a
reportagem de capa, em que Martha fala de sua obra, de sua vida, e do seu
lançamento atual: Um Lugar na Janela – relatos de viagem. Comprei na primeira
oportunidade quando avistei uma Livraria da Travessa. (em breve falo da minha
relação com esta loja fantástica).
O livro que relata momentos de
vida da autora foi meu companheiro nesta viagem. Li na praia, olhando para o
mar de Ipanema e dentro do avião, do metrô e do ônibus. Cometi um crime: usei
marca texto em vários trechos, mas não resisti. São frases para copiar e postar
em pensamentos via twitter.
As crônicas de Um Lugar na Janela
não foram escritas para servir de dicas de viagens, porém com a linguagem serena
de Martha, cada frase nos remete aos detalhes de cada local em que ela esteve.
Literalmente, é uma viagem a cada capítulo. Rodei o mundo em poucas horas de
leitura e fiquei com vontade de pegar a estrada de novo.
Em um trecho das páginas iniciais
ela resume, pra mim, o que eu teria pela frente, mas também o que penso sobre
pegar a mochila e sair por aí: “Viajando é que descobrimos nossa coragem e
atrevimento, nosso instinto de sobrevivência e capacidade de respeitar novos
códigos de conduta. Viajar minimiza preconceitos. Viajantes não têm partido
político, classe social, time de futebol, firma reconhecida no cartório, senhas
decoradas na cabeça. Reciclam-se a cada manhã, quando acordam – e acordam, que
benção, sem a tirania do despertador.”
Martha Medeiros é um Midas das
palavras. O que ela escreve, transforma. Tem fama mundial. E o que mais encanta
é saber que ela é uma mulher, mãe, trabalhadora, que gosta da simplicidade, da
novidade, das marcas deixadas pelas viagens. Martha, sua literatura, suas palavras,
este livro, serão inesquecíveis neste momento, em que viajei para encontrar
comigo e as minhas emoções. Nem era isso que eu buscava, no entanto, eu viajei
neste livro. Coisa que nenhuma maionese é capaz fazer.
O livro: motivos
pelos quais comprei
Editora L&PM, 192 páginas, R$
32. Martha Medeiros comenta suas aventuras no Marrocos, na América do Sul, na
Europa, no Japão, nos Estados Unidos, no Brasil. E ela mesma descreve o motivo
da obra, na entrevista dada à revista da TAM: “Não tive a intenção de fazer um
guia. Desejo apenas compartilhar minhas experiências de viajante. Sou viciada
em viajar porque gosto de imprevistos. Sinto-me mais estrangeira em situações
prosaicas do dia a dia do que quando estou deslocada.”
Concordo em tudo que vc falou sobre Martha Medeiros...Estou louca pra ler esse livro...principalmente agora q esta iminente uma sonhada viagem... Parabens pelo blog. Adriana Carmem.
ResponderExcluirOlá Adriana, o livro é uma ótima companhia para viajar...Recomendo. Obrigado pelo carinho.
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