Numa tarde de sol forte, no nordeste do Brasil, uma capa me chamou a atenção. O preço, num cartaz escrito à mão, idem. A frase de apresentação: “a incrível história de Paulo Coelho, o menino que nasceu morto, flertou com o suicídio, sofreu em manicômios, mergulhou nas drogas, experimentou diversas formas de sexo, encontrou-se com o diabo, foi preso pela ditadura, ajudou a revolucionar o rock brasileiro, redescobriu a fé e se transformou em um dos escritores mais lidos do mundo. Paulo Coelho de Souza nasceu em uma chuvosa madrugada de 24 de agosto de...”
E supersticioso pensei: - preciso comprar agora e ler este livro.
Nunca fui um fã fervoroso de Paulo Coelho, o escritor. De suas obras, li apenas O Monte Cinco, quando tinha uns 16 anos de idade, na época em que havia sido lançado. Na prateleira, tenho O Dom Supremo. Porém, o seu legado faz parte da minha história e das coisas que acredito. Tenho um caderno vermelho de capa dura, para colecionar frases, recortes de jornais, pensamentos. E o sexagenário autor está lá com a sua coluna publicada no O Globo. Uns pedaços que colei em quase duas décadas de coleção. Coisas que formaram a minha fé espiritualista.
Para falar de Paulo Coelho, recorro ao livro que resenho. A biografia do autor brasileiro mais lido no mundo foi escrita pelo jornalista Fernando Morais, um sujeito que me inspira a trilhar pela leitura de livros-reportagens, gênero que ele faz muito bem desde a década de 1970. (Também escreveu Olga, Na Toca dos Leões e Chatô – o rei do Brasil). E se não me engano, ele é um dos pioneiros do estilo nas terras de Cabral.
Comprei O Mago numa banca de promoção na capital maranhense, por R$ 20. De São Luís, eu trouxe a história do bumba meu boi, mas também uma vontade de ler o livro em apenas uma sentada. A narrativa de Fernando Morais favorece, entretanto a leitura foi penosa. Ao mesmo tempo em que eu ansiava para gostar deste texto, a história de Paulo Coelho me deixava impressionado.
Mudei meus desejos pessoais e profissionais. Com mais afinco decidi colocar em prática sonhos esquecidos. E fortalecer aqueles que já concretizei.
O texto de Paulo Coelho é compreensível para muitos. Portanto, eu avalio que ele ainda é uma incógnita até para si mesmo. Pode ser que suas obras sejam autobiográficas ou a percepção do que o mercado editorial anseia. Só sei que se não fosse bom, não teria alcançado cifras invejáveis para qualquer um que busca ganhar fama e fortuna com a escrita. Superou as críticas, os planos econômicos, as fronteiras das línguas.
Para quem se aventura nas obras do imortal ausente da ABL (ele frequentou pouquíssimas reuniões com os grandes mestres da literatura brasileira), que conhece suas traduções espalhadas em 160 países, sugiro uma leitura de sua biografia. Este livro me mostrou algo relatado por Paulo Coelho em seus diários secretos, que é um ensinamento simples e básico:
“Há coisas que são colocadas em nossa vida para nos reconduzir ao verdadeiro caminho de nossa Lenda Pessoal. Outras surgem para que possamos aplicar tudo aquilo que aprendemos. E, finalmente, algumas chegam para nos ensinar.”
Talvez seja por estas frases que durmo mais tranquilo. Mais um livro lido, compreendido.
Saiba mais:
Fernando Morais - www.fernandomorais.com.br
Paulo Coelho:
www.paulocoelho.com/br
www.paulocoelhoblog.com
http://g1.globo.com/platb/paulocoelho/
Para comprar o livro: - Americanas
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