sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vida após a vida!


Toda catástrofe natural provoca mudanças inimagináveis. Nunca parei para pensar na vida de alguém que sobreviveu a um tsunami. Suas perdas, suas escolhas. O recomeço do destino, que realmente foi modificado drasticamente, ou que poderia já estar escrito de alguma forma. Fui na pré-estreia do filme Além da Vida. Fala sobre o destino. De família. Das conseqüências de um gesto, de uma frase, de um sentimento. Das conseqüências de ouvir algo somente por causa da curiosidade.
Chorei por dentro. Lágrimas de angústia. Apesar de ser uma história bonita, pois fala até do amor, a narrativa me incomodou. Refleti mais do que gostaria. Estou numa fase feliz, mas este filme...Emocionado, pensei nos meus irmãos. No vazio que existe entre nós três, após a morte do nosso pai. Existe uma distância nas nossas diferenças. E ao mesmo tempo, nossas personalidades se cruzam. Somos unidos ao nosso modo. Cúmplices na fraternidade. Amigos no dia a dia. Companheiros para nossa mãe. Incrivelmente apaixonados por ela. Afinal, somos uma família estranha aos olhos do mundo. E invejada, claro. Porque temos algo que até meu único sobrinho, de 4 anos, já demonstra: autenticidade.
Além da Vida, na sinopse, a princípio fala do que existe após a morte. Mediunidade, visões de lugares que mexem com o subconsciente. No entanto, é um filme que trata das escolhas terrenas. Daquilo que podemos buscar e realizar agora para termos uma vida melhor. Não sou um crítico de cinema, mas afirmo que assistir algo dirigido por Clint Eastwood vale o valor do ingresso. Em qualquer filme dele, saímos com a sensação de soco na “boca do estômago”. E esta agonia é o que nos move para pensar além da vida.
Pode ser o medíocre, o bon vivant, o correto, o justo, o mediano...Não importa. Fazemos escolhas e definimos o personagem que seremos para nós, para os outros, para o chefe, para os relacionamentos amorosos. Só que devemos ser e ter. Aprendi uma lição quando eu chorava lágrimas sinceras e engasgadas ao ver o amor dos gêmeos – um doze minutos mais velho do que o outro, e mais falante, mais esperto, mais inteligente: em qualquer momento do nosso caminho, podemos tomar um novo rumo. Escolher rotas perigosas, estradas sem volta, atalhos. Mas também podemos fazer a escolha certa. Não importa quando. Nem as circunstâncias. Mesmo que seja um furacão que passa para destruir tudo o que tem pela frente. Ou a beleza de arco-íris que sempre vem depois da tempestade.

Curti e indico: http://migre.me/3tR16

6 comentários:

  1. Ei Juliano!

    Mais uma vez, parabéns pelo texto! Muito interessante o eixo central deste texto. Um tema muito reflexivo mesmo.

    Por acaso, ontem depois de assistir ao filme "Parada 174", na companhia de um amigo, ficamos conversando sobre as escolhas que fazemos em nossas vidas. De fato nossas escolhas nos fazem chegar em um ou outro ponto. As vezes mudamos apenas a forma de caminhar em ums mesma estrada, às vezes assumimos outro azimute e ganhamos um novo rumo com a mesma marcha. Nesta linha pensei muito sobre o filme "Efeito Borboleta", outro que conduz uma reflexão na mesma vertente.

    Enfim, ficaria aqui abrindo pontos para uma conversa que, imagino eu, nunca terminaríamos. Sempre teríamos algo para incluir.

    Parabéns de novo

    Abraços

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  2. Muito bom mesmo.. Parabéns.. .vou assistir também.. Obrigado.

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  3. super quero ver esse filme

    belo texo juliano

    abs (:

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  4. maravilha Juliano, vc captou a mensagem .....no inicio do filme parecia ser mais um daqueles "catástrofe" da pesada...com as historias de cada uma das vitimas...e etc, mas o mais importante é isso mesmo , são as coisas da vida e não além da vida; é a gente se ver agora sem ajuda de paranormal , de vidente e pensarmos na gente, na familia , nos amigos e o que vem depois que venha bem , do nosso jeito e com a presença de Deus.

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  5. Filme sensacional! Um dos melhores que assisti nos últimos tempos! Histórias simples, sinceras, cativantes...mudanças de rota, rumo, vida...Recomendo! E seu texto?? Maravilhoso! Captou bem a mensagem! Bjs!

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