domingo, 7 de setembro de 2014

COM AS BENÇÃOS DE DEUS: VOCÊ VALORIZA SEUS PADRINHOS?


Há um ano, passei por uma das experiências mais incríveis das minhas três décadas de existência. Assisti o nascimento de Lorena (no sentido de auxiliar mesmo), a caçula da minha irmã, que veio ao mundo de repente, quando não havia ninguém da equipe médica no quarto do hospital. Foi um susto, um desespero, uma gritaria, mas foi, também, emocionante presenciar o parto da minha sobrinha, que se tornou minha afilhada de batismo. Desde aquele intenso momento, de ouvir o choro da pequena criança no colo da mãe, caiu sobre mim outra responsabilidade paternal, pois era mais um compromisso que eu viria a assumir no “cargo” de padrinho, papel que valorizo e acredito que deva ser exercido com empenho e com presença. Ser padrinho ou ser madrinha não é questão de status ou apenas um título honorário. É atitude!

Sou batizado, crismado e consagrado a Nossa Senhora. Por isso, tenho quatro padrinhos e uma madrinha, pessoas admiráveis e que me acompanham na estrada pela vida. No primeiro sacramento recebido pelos cristãos católicos, fui acolhido pela Marli, pelo Ildeu e pelo Marcinho, que foram escolhas certas dos meus pais e pelos quais eu tenho um apreço e um carinho que, infelizmente, demoro a demonstrar por causa das barreiras causadas pela distância e pelos desvios do destino. Ainda bem que eles são presentes no pensamento, no coração, nos encontros casuais.  

Tenho um privilégio também porque pude escolher quem me consagraria perante a Mãe da Igreja, o que para mim foi uma vantagem. Quando tinha quatro anos de idade, fiz o convite ao Antenor, marido da tia Lúcia, irmã da minha mãe. Carinhosamente chamado de Tête, aceitou a missão prontamente, sorrindo debaixo de seu bigode anos 1980. Sou grato a ele, e o admiro muito, principalmente, pelas palavras de ensinamento que sempre tem quando estamos juntos nos almoços e nas festas familiares. Padrinho Tête é incrível em tudo o que faz. Por ele, valorizo até as viagens furadas que fazíamos para Itaoca, no interior do Espírito Santo, onde aprendi valores como paciência, tolerância e alegria.

Na Crisma, queria outro padrinho. De acordo com a catequista, na época, a professora Conceição Guimarães, teria de ser alguém que pudesse passar valores morais e religiosos. Pela proximidade, pelo carinho paterno, por sua postura diante da igreja e, sobretudo, por ser um trabalhador exemplar, o eleito foi o Teodoro Antônio, marido da tia Guida – irmã da minha mãe - e também primo de primeiro grau do meu pai. Parente por dois lados, ele merecia o título, mas quem ganhou o presente fui eu. Padrinho Tõe é exemplar.

Esses são modelos que me conduzem quando me relaciono com os meus quatro afilhados. O primeiro foi o Rafael, filho da tia Lúcia e do padrinho Tête, que me fizeram o convite quando ele era um bebê de poucos meses. Eu ainda era um adolescente e fiquei extasiado com aquela oportunidade, que seria dupla, pois sou padrinho dele de representação e de consagração. Desde pequeno, o atleticano roxo e doente pelo time, pede-me a bênção e me chama de senhor, mostrando respeito pelo que sou para ele, mesmo nós sendo primos e tendo idades tão “próximas”- só que nem tanto assim.

Mateus é o apadrinhado da Crisma. Um amigo para todas as horas e um adulto quase do meu tamanho. Somos, mais do que primos, cúmplices do tempo em que morávamos juntos numa república em Belo Horizonte e dividíamos o mesmo quarto. Também compartilhávamos histórias, sonhos, desilusões, decisões para o futuro. E me escolheu para servir de exemplo de cristão, o que me deixa lisonjeado e me encoraja a continuar sendo fiel aos ensinamentos de Jesus.


Com esta fé, desejo que eu possa ser também um padrinho parceiro, companheiro, amigo, principalmente, do pequeno Felipe, meu afilhado de batismo. Menino inteligente, silencioso, esperto e atento a tudo que acontece ao seu redor. Sua carinha de anjo é um afago como seu abraço sincero. Como é bom ter a graça divina de ser escolhido para estas missões. Lorena é quem vai passar um perrengue comigo a vida toda, ao me ouvir contar o caso de sua vinda à Terra, pois eu a vi nascer, literalmente. Um fato inesquecível. 

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